domingo, 19 de fevereiro de 2012

Instante...

Decadência instantânea.
Frutos podres nascem no topo das mais belas árvores, 
choros ecoando dos cantos mais iluminados do planeta,

reprimindo sorrisos, chorando lágrimas quentes como velas derretidas, 

como a própria vela, dependemos de motivos pra "derreter".

O drama possui raízes fracas, tal como uma caixa escura aberta diante do sol,
a tragédia possui seu alicerce, sólida como diamante,
o amor é paradoxo, a morte é fato,
a alegria depende do drama, da tragédia, do amor e da morte,
a morte depende do instante. 

 


segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Sonhando com corvos

  Das vossas vestes vertem os mais silenciosos poemas e de sua pele gélida a mais sincera das mortes, seu olhar rancoroso guarda como abutres o álbum com as fotos do meu velório e da sua garganta ecoam os adágios mais sacros, nesta terra queria eu repousar em sua órbita, como tiveram por privilégio os reis do passado, passados para cá deste lado por puro azar de morte e deitar no seu seio ainda vivo, como fizeram os filhos dos deuses do leste das minhas terras, que acordavam mais cedo para ver antes de todos o sol nascer sem a sombra das montanhas e pelejas santas tão pagãs, que me fizeram perder o curso elíptico dessa sorte tão acolhedora 
  De suas mãos secas, sem vida, vertiam  movimentos de sentença, loucura e seus cabelos pretos como petróleo satisfaziam nuvens de desgraça e servidão, nada poderia me afastar de seus belos seios cheios de leite azedo, amargo e ácido. Como tal, desistir é só o começo, a vida já desperdiçou seu tempo me mantendo afoito e alheio aos acontecimentos reais, mas me encheram da imaginação da noite, como num interminável sonho onde borboletas azuis plantavam chamas como um coral bem ensaiado e adormecido por sua voz. 
Dorme maldita, dorme!