quarta-feira, 8 de agosto de 2012

além de quem?


Nostálgica sensação,
a de andar ao pé do vento,
premeditando passos, como quem entrega-se às sombras.

Estranha igualdade
aparenta o desespero,
diante da sujeira, percebo a ausência da coragem.

Mordo os grilhões com o que me resta das gengivas,
sinto o transladar da minha Terra,
ignoro as estações e
percebo que esta gira, antes mesmo de eu desesperar.

Pueril desordem toma conta do meu ego.
Retorno ao pé do vento.
De quem é esta nostalgia?

terça-feira, 5 de junho de 2012

Ungehorsam

Inconformado com o caminho a seguir, dramático por parecer fatal e desmedidamente sincero, por ser simplesmente: resultado da ação.

Dúvida, desmembrando conceitos a partir de preconceitos rarefeitos por tabus...
Conceito, opinião, desobediência, rasuras leves de uma mente cheia de liberdade, balança o universo fora do ritmo imposto, simplesmente por acreditar. Entre dores, dramas, damas e flores morre, Calando...


domingo, 20 de maio de 2012


Atordoado na medida certa, para orgulhar-me de maneira correta, deste nobre empobrecimento que me consome de maneira afã.
Enternecido por vontade própria, incompreendido por parecer a cópia, sinto-me derrotado, porém, vivenciado.
Para não dizer viciado, sentia-me atordoado por sentir prazer na tristeza minha. Hoje tenho mais disposição no isolamento que na parceria, sinto-me mais livre pensando, que fingindo em demasia.
Relembrando, busco saudades, mas tenho somente desigualdade, incompreendido sigo adiante, pode parecer por um instante que minto ou finjo sendo errante, porém, meus laços fracos desataram e meus apegos transformaram a tormenta em nobre sentimento de vitória...

domingo, 11 de março de 2012

Esperança?

Fontes de desejo, o ensejo desperdiçado. 
Reprimo, quase urro feito louco.
Derreto a vela quente como culpa sempre em outro,
Sozinho: sinto a leveza e um eterno desconforto.


Acompanho de perto o desfecho, o enlace de mentiras,
O teatro falso dia a dia, mas não disfarço a agonia,
Minto sempre assim sorrindo, 
Se valho algo ainda hoje, que seja inerte a comprazia.




Morro todos os dias numa fuga suicida,
Vejo longos campos de decepção e carnaval,
Termina assim a minha vida.

Sem espaço num jornal...

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Instante...

Decadência instantânea.
Frutos podres nascem no topo das mais belas árvores, 
choros ecoando dos cantos mais iluminados do planeta,

reprimindo sorrisos, chorando lágrimas quentes como velas derretidas, 

como a própria vela, dependemos de motivos pra "derreter".

O drama possui raízes fracas, tal como uma caixa escura aberta diante do sol,
a tragédia possui seu alicerce, sólida como diamante,
o amor é paradoxo, a morte é fato,
a alegria depende do drama, da tragédia, do amor e da morte,
a morte depende do instante. 

 


segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Sonhando com corvos

  Das vossas vestes vertem os mais silenciosos poemas e de sua pele gélida a mais sincera das mortes, seu olhar rancoroso guarda como abutres o álbum com as fotos do meu velório e da sua garganta ecoam os adágios mais sacros, nesta terra queria eu repousar em sua órbita, como tiveram por privilégio os reis do passado, passados para cá deste lado por puro azar de morte e deitar no seu seio ainda vivo, como fizeram os filhos dos deuses do leste das minhas terras, que acordavam mais cedo para ver antes de todos o sol nascer sem a sombra das montanhas e pelejas santas tão pagãs, que me fizeram perder o curso elíptico dessa sorte tão acolhedora 
  De suas mãos secas, sem vida, vertiam  movimentos de sentença, loucura e seus cabelos pretos como petróleo satisfaziam nuvens de desgraça e servidão, nada poderia me afastar de seus belos seios cheios de leite azedo, amargo e ácido. Como tal, desistir é só o começo, a vida já desperdiçou seu tempo me mantendo afoito e alheio aos acontecimentos reais, mas me encheram da imaginação da noite, como num interminável sonho onde borboletas azuis plantavam chamas como um coral bem ensaiado e adormecido por sua voz. 
Dorme maldita, dorme!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

PESADELO

Ferramentas de tortura sangue e gritos de alegria rodeara aquela sala num passado futuro feridas abertas cantavam árias descontentes e vertia dos dentes o som metálico das fábricas de gordura latidos agudos rompiam das celas e corrompiam os ouvidos menos preparados um dos cachorros chamava a atenção por ter seu olho suspenso sobre o focinho e divertia-se mastigando o órgão enquanto  latia para expressar a dor os homens roubavam ferramentas e enfiavam nos seus próprios ventres divertindo os demais espectadores e comiam das sobras de suas tripas o subproduto de suas fezes fétidas e descoloridas enfiavam pregos na cabeça e dançavam ao som das árias e uma mulher grávida bebia todo o sangue do chão enquanto a cabeça de seu filho suspensa entre suas pernas gritava pedindo pra que acordasse daquele PESADELO